terça-feira, 12 de abril de 2016

 

"Mad City" - O quarto poder 

"Mad City"  mostra  claramente como a mídia tem capacidade de ditar o que a opinião pública deve pensar. O filme começa com  uma reportagem banal sobre a crise atingindo o museu da cidade e logo toma um rumo inusitado: um seqüestro. Primeiramente a intenção de Sam Baily não era fazer os visitantes do museu ( um grupo de crianças e sua professora) reféns e sim tentar recuperar seu emprego.
Como a tentativa de diálogo anterior com sua ex chefe foi fracassada ele decide usar uma abordagem mais agressiva: vai ao encontro dela munido de uma espingarda e uma bolsa cheia de dinamites, não contando que encontraria também crianças, seu antigo colega de emprego Cliff  e o repórter Max Brackett, que ao perceber a situação aproveita a oportunidade para transmitir ao vivo essa notícia que daria uma guinada em sua carreira.
Com o desenrolar da trama, Max vê uma chance de interferir positivamente no caso de Sam, intermediando sua relação com o público e a partir daí passa a assessorá-lo, dizendo-lhe como responder aos policiais ao telefone, o que falar na entrevista e quais atitudes tomar. Em pouco tempo o jornalista consegue manipular os fatos de forma convincente, criando uma conexão da opinião pública com o seqüestrador e apontando as justificativas para que ele fizesse tal ação.
Através de entrevistas com os familiares e amigos, Brackett consegue moldar o parecer dos espectadores sobre Max, fazendo-os questionarem sobre como o sistema pode transformar alguém, e até que atitudes podemos tomar quando forçados ao limite.
O filme demonstra que podemos mudar nosso conceito sobre qualquer pessoa ou situação se direcionados pelos argumentos certos; que a mídia consegue ditar quem é vítima ou vilão com grande facilidade e que antes mesmo que o espectador perceba estar sendo manipulado, ele já mudou de idéia.
O que é "socialmente correto" pode ser somente uma perspectiva que repetida muitas vezes passa a se tornar a fato. Se o público não questiona o que lhe é ditado, se torna somente massa de manobra nas mão de quem tem poder e faz uso da influência para atingir os que tem preguiça de debater os pontos de vista mostrados e assim muitas vezes tomando decisões impensadas que mudam o rumo da própria vida e de terceiros.

quinta-feira, 24 de março de 2016




We need to talk about Hannibal

  Instigante, envolvente, saborosa... Muitos seriam os adjetivos para descrever essa série, que tem como personagens centrais o Dr Hannibal Lecter e o investigador Will Grahan  hora vilões, hora mocinhos,  contando com requintes de crueldade e pitadas de arte a história do serial killer psiquiatra que tem um hobby, digamos peculiar, de degustar suas vítimas.
  A trama se desenvolve na busca de culpados para diversos assassinatos excêntricos que acontecem na cidade, onde Will é o principal investigador, mas se engana quem pensa que ele é só mais um agente do FBI clichê, não é nem de longe isso, pra começar, nem do FBI é ,pois não passou nos testes psicológicos sendo diagnosticado "instável", e é aí que entra o tempero principal: a loucura! O tempo todo nos perguntamos se ele é realmente louco porque possui um nível de empatia muito acima do normal e consegue desvendar as cenas do crime se colocando no lugar dos assassinos, o que é ao mesmo tempo genial e aterrorizante.
  Do lado completamente oposto temos Hannibal, sem empatia alguma por suas vítimas e um desprezo (muitas vezes até compreensível) pelas outras pessoas, mas nada disso é perceptível a primeira vista, ele é um perfeito cavalheiro, com habilidades sociais, artísticas e psicológicas, encanta a todos com seus banquetes e histórias exóticas sobre as origens das receitas, a cada momento mais inusitadas que as anteriores, Hannibal é o tipo de pessoa que todos gostariam de sentar ao lado numa mesa de jantar e conversar por horas.
  Com uma cartela de cores primorosa que nos conecta na atmosfera do enredo, atuações tão perfeitas que chegam a ser perturbadoras, fotografia e edição impecáveis somos imersos nesse universo macabro e apetitoso, uma peculiaridade é que cada episódio leva o nome de um prato gourmet, o que dá um charme a essas três temporadas que devem ser suavemente degustadas.



segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Sobre filmes e séries (PARTE 1)

    O último mês foi bombardeado por estréias no cinema e no Netflix , resolvi então fazer uma listinha durante a semana com minhas  preferências cinematográficas , vou postando filme a filme, dia após dia. Comecemos:

  Em primeiríssimo lugar escolho "Beasts of no nation" sem a mínima dúvida!Acredito que seja o melhor filme do ano ; se tivesse que usar uma palavra para descrevê-lo escolheria BRUTAL! Não consegui desviar o olhar da tela desde o instante em que dei o play até o final , e  a história não sai da minha mente até hoje.
 O filme é exibido pela Netflix e em alguns cinemas dos E.U.A , baseado no romance de Uzodinma Iweala,  conta a história de Agu ,um menino vivendo num país (sem nome citado) que entra em guerra, e se desenvolve a partir das experiências dele.
    Não deveria contar muito, mas o conteúdo é impactante independente de spoilers. A morte de seu pai e irmão, a separação forçada de sua mãe e outros acontecimentos o  levam a entrar para um grupo de guerrilheiros contra o exército dominante , sua única forma de continuar vivo era essa e o comandante o faz acreditar que teria chance de vingar as injustiças cometidas contra a família dele; a partir daí o verdadeiro inferno começa , sob uma lavagem cerebral constante o menino comete as piores atrocidades possíveis e em alguns momentos quase esquecemos que ele é apenas uma criança buscando reencontrar sua mãe, perdida no caos .
  Algumas frases de Agu têm um peso extremo, lembrando que não é concebível alguém com tão pouca idade já ter passado por experiências que nenhum ser devesse ter na vida. Imerso num mundo de drogas e violência sua infância se perde , dando lugar a uma tenebrosa existência.
   A expressividade do protagonista unida à falta de pudores nos detalhes me levou às lágrimas em vários momentos ; pensar que essa história não é só um roteiro de filme, e sim a realidade de muitas crianças ao redor do mundo dói , e muito , mas  é importante tirarmos as vendas e aos poucos passarmos a enxergar o sangue de inocentes derramado por inocentes , que não é exclusividade dos confins da África ,acontece perto de mim, de você, e insistimos em fingir que não vemos .

No Netflix :
http://www.netflix.com/title/80044545

Online 0800:
http://megafilmeshd.net/beasts-of-no-nation/





quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Minha experiência no Cine Cachaça Clube


  Bonjour , depois de muito procrastinar venho lhes apresentar minha primeira postagem no Petit Quaintrelle  (YEY !!!).
 Como o meu objetivo principal aqui é mostrar pro mundo o que acontece de interessante e inovador no submundo   universo em que a mídia não chega ,  eventos que não tem muita divulgação por serem independentes mas que já atraem um público significativo e geralmente são mais interessantes que os "mainstreams",fui então conferir um evento chamado "Cine Cachaça Clube" a idéia é basicamente exibição de filmes , degustação de cachaça e tunts tunts baladinha , tudo isso no magnânimo Cine Odeon.
  Essa foi a 13ª edição ,logo foi - o acontecimento- , no evento do facebook (que é sem dúvida a melhor plataforma de divulgação pra festinhas de todos os tipos ) tinham 1400 confirmados , o que é quase o triplo da capacidade do local , já que não abriram a bancada superior .
 Resumindo , foi um sucesso de bilheteria rs ,e os preços populares foram um atrativo a mais , paguei $12 na meia-entrada pra um evento junção de cinema ,barzinho e balada , o que achei ótimo. Quanto à parte Cine foram exibidos :"Gafieira" de Gerson Tavares , "Viola Chinesa" com Bressane e Grande Otelo ," Agrippina é Roma Manhattan" de Hélio Oiticica ( que minha visão de leiga achou bastante cansativo) , e um doc chamado Jardim Atlântico contando o making of e as ideias de produção do filme musical homônimo , achei a temática interessante e vendiam o DVD lá pra quem quisesse conferir.
  A parte Cachaça foi animadora rs , serviram algumas doses de Salinas , perfeita pra esquentar uma sexta chuvosa como foi , em seguida rolou a festinha no segundo andar ( particularmente acho linda a arquitetura daquele lugar) , os DJs arrasaram , foram de Artic Monkeys à Mr Catra , tocaram uma versão de Beatles na batida de funk que eu adorei \o/  animando de verdade o público que dançava sem pudores.
   O saldo foi positivo , pessoas de todas as tribos se divertindo sem hesitar naquele cenário maravilhoso, sem dúvida irei conferir novamente as próximas edições.
THAT'S ALL FOLKS !